Testei o Violeta Cup (coletor menstrual)

Eu recebi o coletor menstrual da Violeta Cup no final de março e demorei tanto para escrever porque queria testar por três ciclos inteiros para dar minha opinião, afinal nunca tinha usado nada parecido.

Quando abri a caixa (que veio dois “copinhos” de tamanhos diferentes, uma caneca para higienização e uma bolsa linda) fiquei meio chocada, afinal para mim isso era nojento, sem noção, coisa da hiponga maluca e mais um monte de preconceito.  Se tem uma vantagem em ter quase 40 anos e se permitir testar, mudar de opinião, admitir que estava errada e pensei “já que está aqui, por que não?”. Foi a melhor decisão que tomei na vida, pois ele salvou a minha meia maratona! Mas vamos por partes.

Pra quem não conhece, o coletor menstrual é um dispositivo de barreira em forma de taça (o cabinho é para facilitar a retirada) fabricado 100% com silicone cirúrgico, hipoalérgico e reutilizável. Ele é mais caro que um absorvente comum mas dura até 10 anos se bem higienizado. Como a Violeta Cup é uma empresa nacional (temos que apoiar o que é nosso!) está apenas R$39,99.

Duas coisas me fizeram tomar a decisão de testar, primeiro no release dizia que podia correr, nadar, praticar esportes – e já sabia que algumas meninas tinham tido sucesso usando-o com esse fim, depois porque pesquisando vi que um absorvente fica até 100 anos na natureza antes de se desfazer. Caramba, quero deixar algo para as futuras gerações mas não a minha menstruação!!!!!

No primeiro mês fui tímida. Só usei em casa e para dormir com medo de vazamentos (que não houveram). Nos primeiros dias não me entendi direito com as dobras para colocar e o cabinho me incomodava. Pesquisando vi que ele podia ser cortado mas já estava no fim e não consegui usufruir da descoberta.

No segundo mês resolvi que só usaria ele. Já estava esperta, já tinha visto mil vídeos no youtube (tem meninas incríveis ensinando tudo por lá), já tinha aprendido dobras novas e já não tinha mais cabinho. Nesse ciclo fui descobrindo o meu corpo, perdendo o medo de mexer “lá” e me entendi com uma dobra – a diamante. Então tive coragem de dar a minha primeira corrida com ele… Minha Deusa, que sensação de liberdade! Sempre corri de absorvente íntimo mas não dava para dizer que era mega confortável, mas com o Cup aprendi que pode ser.

Aí veio o terceiro mês, o mês da meia maratona, o mês mais aguardado do ano e fiquei menstruada um dia antes da corrida (exatamente 18 horas antes). Na hora pensei “vou de OB”! Depois fiz as contas e o tempo não daria, teria que trocar em banheiro químico (que eu odeio), e resolvi arriscar com o Violeta Cup afinal os “copinhos” ficam até 12 horas numa boa sem sobressaltos.

Pensei mil coisas na corrida, precisei me preocupar com hidratação, comida, tempo, sol… mas a única coisa que não me preocupei foi com o coletor. Eu nem me lembrava dele e ele honrosamente me seguiu pelos 21k e tomou meu coração.

Descobri que eu tinha um monte de pré-conceito por puro desconhecimento, que eu não sabia nada do meu corpo e nem do meu ciclo. Com o coletor você sabe exatamente o que acontece em cada dia e fica bem mais fácil até saber se já está no final ou não. Sem contar os benefícios de não ter aquele odor desagradável, ser mais higiênico e de não vazar nunca.

O uso do Violeta Cup veio num momento onde estou tomando um monte de decisões em relação a minha saúde, começou com a escolha de trocar o anticoncepcional pelo diu de cobre (contei aqui), evitar glúten, correr uma meia maratona e agora me livrar dos absorventes. Com certeza isso será uma lição que ensinarei a minha filha!